Há uns dias desabafámos aqui sobre a temível fase dos “terrible
two” que cada uma de nós está a reviver. Hoje, a nossa atenção vai para os filhos
mais velhos – os verdadeiros "mártires" nas mãos das mais novas.
É indiscutível que o melhor presente que podemos dar a um
filho é um irmão. É no relacionamento entre irmãos que se começa a aprender a
interagir com outras crianças, que se ensinam maneiras de resolver conflitos e que se treina a controlar emoções. Se, por um lado, os mais velhos têm a oportunidade de
desenvolver a sua habilidade para convencer os outros dos seus pontos de vista, de assumir um papel de líder, de exemplo a seguir, os mais novos têm a
vantagem de poder aprender (o bem e, sobretudo, o mal) com os "modelos" que tanto admiram e de quem tanto se orgulham.
Mas a convivência entre irmãos nem sempre é de paz e
tranquilidade… Aliás, dentro de uma família saudável os conflitos são habituais
nos primeiros anos de vida das crianças. O egocentrismo fala mais alto e todas
elas querem chamar a atenção dos pais.
Aqui por nossas casas não é diferente e os desentendimentos são diários. Na maior parte das vezes, são as mais novas que acendem o rastilho: querem sempre o brinquedo que o outro tem (mesmo que o larguem 30 segundos depois), querem a TV sempre nos mesmos bonecos, reclamam sempre que a mãe ou o pai dá colo e atenção ao outro, não partilham nada... Enfim, admitamos, ser irmão/irmã mais velho(a) de uma criança de dois anos requer uma dose industrial de paciência!
Apesar de tanto terem desejado um irmão mais novo, já se ouviu por aqui: "Se eu sabia que ia ser assim, não tinha pedido tanto uma irmã!", "Tenho saudades do tempo em que era a única filha..." ou "Podemos ir levar a mana à polícia e eles ficam lá com ela até ela crescer. Depois, vamos lá buscá-la quando já não fizer birras!". E os sentimentos dos mais velhos relativamente às irmãs mais novas vão variando constantemente entre sorriso e choro, tranquilidade e raiva, amor e ciúme. Para ajudar à festa, muitas vezes caímos no erro de lhes exigir uma maturidade maior do que a idade deles lhes permite e esquecemo-nos que também eles são crianças.
Dos inúmeros conselhos de especialistas no que toca a promover o bom relacionamento entre irmãos, selecionámos 5 que, nesta fase mais crítica do crescimento dos nossos filhos, tentamos pôr em prática:
- Promover brincadeiras e atividades: em conjunto, em família ou cada um no seu canto - quanto mais ocupados estiverem, menos probabilidade haverá de se gerar um conflito;
- Supervisionar e evitar interferir (se o conflito for leve!) - ao interferirmos estamos a privá-los da oportunidade de desenvolverem a sua capacidade de resolver dificuldades e de negociarem entre eles; contudo, às vezes, é preferível intervir para reduzir a intensidade do conflito e ajudar a encontrar soluções mais construtivas;
- Não tomar partido nem tentar encontrar um culpado - devemos ser justos e imparciais e evitar cair na tentação de proteger o mais novo;
- Ensinar a partilhar - não vale fazer batota e tirar o objeto de disputa da vista deles pois eles rapidamente arranjam outro...
- Controlar o nosso tom de voz e a nossa irritação - por mais que nos apeteça gritar, ter em mente que isso não educa e só fará com que o clima fique mais tenso.
Famílias com mais do que um filho: que "pérolas" já ouviram dos mais velhos em relação aos mais novos? Quais os principais motivos de disputa entre irmãos, em vossas casas?
Lá fora: Esta música (preparem os lenços de papel, estamos a avisar!)
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