Como Falar para as Crianças Ouvirem e Ouvir para as Crianças Falarem, de Adele Faber & Elaine Mazlish, já andou cá por casa, na sequência de uma sugestão que, em tempos, encontrámos algures.
Como o livro veio da biblioteca, fizemos aquilo que fazemos sempre que o tema nos interessa e tirámos muitas notas.
Este é um livro extremamente prático, cheio de exemplos do dia a dia com que é muito fácil identificarmo-nos. Além disso, tem ilustrações, em jeito de banda desenhada, que tornam a leitura ainda mais dinâmica.
Este é um livro extremamente prático, cheio de exemplos do dia a dia com que é muito fácil identificarmo-nos. Além disso, tem ilustrações, em jeito de banda desenhada, que tornam a leitura ainda mais dinâmica.
Pois bem, com o reavivar dos conteúdos tratados no workshop, recuperámos as notas e queremos partilhar algumas delas - as que nos parecem as mais relevantes - convosco.
Ajudar as crianças a lidarem com o que sentem:
- Ouvir com atenção - praticar escuta ativa, olhar para eles quando falam, pararmos o que estamos a fazer, largar o telemóvel e ouvir;
- Mostrar que compreendemos o que estão a sentir, mostrar empatia - isto não significa concordar com a criança;
- Atribuir um nome àquilo que eles estão a sentir - tristeza, frustração, fúria, alegria, entusiasmo... Para saberem mais sobre as emoções, aconselhamos o Emocionário;
- Conceder-lhes o seu desejo em fantasia, em caso de necessidade ("Quem me dera poder...")
- Evitar bombardear com questões e pressionar para obter explicações; há mais utilidade num comentário como "Há qualquer coisa que te está a deixar triste." do que interrogar;
- Evitar dar conselhos; não temos de resolver todos os problemas dos nossos filhos com uma solução imediata;
Estabelecer cooperação (criar um clima que promova a colaboração, com uma linguagem respeitosa, que nutra a autoestima da criança):
- Descrever a situação/problema
- Informar acerca da situação/problema
- Usar palavras únicas
- Descrever o que nós sentimos perante determinada situação/ problema
- Usar o bom humor
Castigo ou Consequência?
O ideal é prevenir situações que podem causar momentos de tensão, antecipando-as e agir em vez de reagir. As autoras falam ainda na importância de encorajar a responsabilidade da criança.
Alternativas ao castigo:
- Indicar como pode ser útil
- Exprimir o que sente perante determinado situação/comportamento
- Expor as suas expectativas
- Mostrar à criança formas de compensar o comportamento
- Dar escolha à criança
- Permitir que a criança sofra as consequências do seu mau comportamento
- Permitir que a criança seja parte ativa na resolução do conflito; estar disponível para ouvir a criança e as suas sugestões
Incentivar a Autonomia:
- Deixar a criança fazer escolhas (desde pequenos: "queres vestir a camisola branca ou a amarela?", "queres comer primeiro as ervilhas ou o arroz?")
- Mostrar respeito pelo esforço da criança
- Não fazer muitas perguntas
- Não ter pressa de responder às perguntas da criança
- Incentivar a criança a usar fontes de informação externas à família próxima
- Deixar a criança explorar e experimentar; não os proteger sempre da desilusão
Abrir espaço para o SIM:
Quantas vezes, mesmo antes de ouvirmos a pergunta até ao fim, estamos prontas a dizer um redondo "Não"? Neste livro, sugere-se que os pais digam mais vezes "Sim".
Como?
Vejam este exemplo:
Criança: "Quero um gelado."
Mãe/Pai: "Ai, é? Então, está combinado: no sábado, depois de comeres tudo ao almoço, comes um gelado."
O lado "perigoso" dos elogios:
Segundo as autoras e outros especialistas na área, os elogios que emitem um juízo de valor podem fazer com que a criança fique dependente da avaliação de terceiros e só se valorize quando (e se) os outros a valorizarem.
O que podemos fazer em vez de avaliar?
- Descrever o que vemos - o quarto arrumado, a cama feita, os brinquedos organizados, a mochila pronta...
- Descrever o que sentimos
- Resumir o comportamento numa palavra associada a esse comportamento
Os "rótulos" e o poder das palavras:
É muito fácil cairmos no erro de nos referirmos aos nossos filhos como "pestes", "cabeças no ar", "mandões", "teimosos". Ao ouvirem determinada expressão repetir-se, por vezes, por mais do que uma pessoa, acabam por interiorizar aquela personalidade e acreditar que são efetivamente assim, assumindo que é assim que têm de se comportar.
Sugestões para libertar a criança de desempenhar papeis:
- Procurar oportunidades para mostrar à criança uma nova imagem dela própria
- Colocar a criança em situações onde ela se possa ver de forma diferente
- Deixar a criança ouvir-nos dizer coisas positivas sobre ela
Respeito como palavra-chave:
O método de comunicação apresentado no livro baseia-se no respeito e na procura de soluções, deixando de lado culpas e sermões inúteis. Na opinião das autoras, e nós concordamos, este é o legado que devemos querer deixar aos nossos filhos: ferramentas que, ao longo da vida, os ajudem a ser pessoas que se respeitam a si próprios e aos outros.
Já conheciam esta sugestão?
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